26 de janeiro de 2008

A lógica do mago

Os fãs definem o escritor brasileiro Paulo Coelho como um homem de grande espiritualidade. Os desafetos o consideram um excelente profissional do marketing. Sem tomar partido nessa disputa Coelho tem uma grande qualidade: ele sabe como ficar mais próximo a cada dia dos seus leitores. A sua última iniciativa envolve a nanomídia e o conteúdo gerado pelo consumidor. Não é um site, muito menos um blog, mas a forma como o autor resolveu atacar os piratas digitais de sua obra. Ao contrário dos líderes da indústria fonográfica mundial que enxergam na web o fim dos seus lucros, o que é verdade, o autor brasileiro transformou um problema numa fonte de oportunidades para chegar em mercados áridos e de complicado desembarque como a Rússia. Durante um evento esta semana, na Alemanha, Coelho contou uma história que impressionou a platéia. Ele disse que permite que todos os seus livros sejam copiados gratuitamente pela internet. Até um blog com este objetivo, que ironicamente se chama Pirate Coelho (clique aqui), foi criado para indicar em quais locais da web é possível encontrar as obras. E o resultado dessa estratégia pode ser traduzido em números. Coelho citou, por exemplo, a situação do livro O Alquimista na Rússia. Ele disse que quando a obra foi lançada no mercado local as vendas não ultrapassaram 1 mil unidades por ano. "Que para o mercado da Rússia é muito estranho." O problema era a ausência de uma rede de distribuição para o livro. Após dois anos de tentativas o seu agente russo ficou espantado com um número. As vendas chegaram 100 mil unidades. "Ele ficou surpreso porque não fizemos publicidade ou qualquer outra ação de divulgação", disse Coelho, que atribui a sua estratégia de liberar as cópias como o êxito na Rússia. Desde então, as receitas não param de crescer em território russo. Coelho utilizou esse modelo para dizer que ao contrário do que muitos ainda acreditam a internet pode ser um grande ambiente de propagação de idéias e de um novo modelo de direito autoral. "Já é hora de rever alguns desses conceitos", afirmou o escritor brasileiro.


Link: sevenload.com

25 de janeiro de 2008

Entreter para convencer

O comercial da marca de shampoos Sunsilk, estrelado por Madonna, Shakira e Marilyn Monroe é um belo exemplo de um comercial sem cara de propaganda e veiculado nas nanomídias You Tube e My Space. Sua página no My Space convida as consumidoras a contarem suas histórias e acaba por concentrar todos os fãs do comercial. Se tivesse "cara" de comercial comum, certamente não faria tanto sucesso e não seria viral. Este é o segredo das nanomídias: saber entreter para convencer e então passar o recado, divulgar a marca.

Afinal, quem não quer ver um mito como Ms. Monroe estrelando um comercial em plenos 2008?

24 de janeiro de 2008

Gerando receitas em sites de conteúdo gerado pelo consumidor

A colaboração é uma realidade, mas é preciso saber como monetizá-la. Surge o marketing por meio das nanomidias para atender a microsegmentação do mercado.

Recente pesquisa nos Estados Unidos revela que sites com conteúdo gerado pelo usuário, como o YouTube, são o principal meio de entretenimento e informação dos usuários de internet. Seu poder de viralização e audiência massiva têm um potencial de publicidade enorme - no entanto, os modelos de monetização ainda não se consolidaram totalmente.

O YouTube é um dos maiores exemplos de sites cuja mola mestra é o conteúdo gerado pelo usuário. Esta tendência tem sido seguida não apenas pelas redes sociais mais conhecidas, como o próprio YouTube, o My Space ou o Orkut, mas também os veículos ditos "tradicionais" , que apostam no conteúdo gerado pelo usuário como forma de agilizar coberturas e "dar voz" ao internauta.

Os desafios maiores estão no mercado de vídeo, que teoricamente seria o de mais potencial de geração de receita. Segundo a empresa de análises de mercado Screen Digest, em 2010 serão disseminados pela rede nada menos do que 44 bilhões de streamings de vídeo nos Estados Unidos, o que corresponde a 55% de todo o consumo de conteúdo de vídeo no mercado americano. Porém, isto corresponderá a apenas 15% do total de receitas publicitárias obtidas pelos veículos.

Além disso, o formato ideal para publicidade neste tipo de site ainda não foi consolidado. Este tempo de experimentação de novos formatos ainda faz acender a luz vermelha em alguns anunciantes mais conservadores. Por outro lado, existe o temor de que estes sites poderiam perder o seu "charme" quase underground, caso começassem a vender espaços publicitários e ficassem mais parecidos com os veículos mais "mainstream". E esta descaracterização seria como uma morte anunciada para estes tipos de sites, pois a fidelidade dos usuários é a base de sua credibilidade.

Parece que encontrar uma solução para monetizar o conteúdo gerado pelo usuário será um dos pontos-chave das ações de muitos players para 2008. A personalização total das mensagens publicitárias - por exemplo, lançar mão de links patrocinados com produtos relacionados aos vídeos apresentados - pode ser uma saída, embora a receita gerada ainda seja considerada pequena em relação ao potencial de audiência.

Parcerias com as "majors" parecem ser uma solução mais exeqüível - o YouTube e o MySpace já apresentam "canais exclusivos" de clipes e outros conteúdos com o aval de gravadoras e estúdios de Hollywood, que em troca podem ter acesso aos comentários dos usuários de modo simples e rápido - mas a chamada "monetização" ainda passa ao largo desse tipo de aplicação.

Num mundo onde tudo é mensurável - afinal, as métricas existem e podem ser usadas de forma bastante objetiva por quem queira avaliar o desempenho de suas ações online -, certamente a melhor solução para este caso parece estar perto. Talvez ela não seja convencional - afinal, quando se trata de obter receitas com conteúdos tão personalizados é preciso, antes de tudo, focar esforços num determinado tipo de audiência, muito segmentada. E este tipo de desafio não deve ser tratado da mesma maneira do que uma campanha com banners em portais de notícias gigantescos - a relevância e o impacto se dissipariam a níveis preocupantes e - pior - ineficazes, o que colocaria o investimento dos anunciantes a perigo.

As discussões sobre monetização de conteúdos permeará, com certeza, muitas discussões em 2008. Não se sabe se a solução virá neste ano - mas inevitavelmente ela passa por um maior conhecimento do mercado e, talvez, pela tão falada "quebra de paradigmas". E paradigmas são elementos que realmente não têm espaço em um ambiente tão dinâmico como o colaborativo.

PorMaristela Alves
Editora JumpExec
http://jumpexec.uol.com.br

23 de janeiro de 2008

Blogtraining

Os executivos das maiores empresas brasileiras já se acostumaram a reser­var espaço na sua agenda para fazer media training. O exercício serve para facilitar a a vida de presidentes e diretores quan­do estão diante de um jornalista. Há desde au­las teóricas até simulações de entrevistas para TV ou mesmo jornais e revistas. Agora esse trei­namento ficou mais sofisticado. Algumas das maiores agências de comunicação do País já começaram a estruturar o que estão chamando de Blogtraining, a versão 2.0 do mediatraining. A preocupação agora é outra. A intenção agora é ensinar os clientes a interagir ou mesmo es­crever seus próprios blogs corporativos. Presi­dentes ou diretores de companhias de todo o mundo já descobriram o poder dessa poderosa ferramenta de comunicação interativa. Esse fenômeno é mais robusto nos Estados Unidos onde os executivos são mais inovadores nesse aspecto, mas na Europa e Ásia os exemplos se repetem. Na conservadora Áustria, por exemplo, o presidente da Telekom Austria, Rudi Fischer. “O blog é a extensão do diálogo das marcas com os seus clientes”, afirma o presidente da Asso­ciação Brasileira das Agências de Comunicação (ABRACOM), José Luiz Schiavoni. Também sócio e fundador da S2, que está entre as dez maiores empresas desse mercado, Schiavoni diz que o blogtraining se tornou uma questão quase im­perativa nos últimos seis meses do ano passa­do. “Muitos dos nossos clientes me perguntam como podem se conectar a essa nova mídia e antes deles descobrirem o novo mundo é preci­so mostrar as regras.” A S2 não está sozinha na abertura dessa nova oportunidade de negócio. Outra grande marca desse mercado, a In Press Porter Novelli, também está colocando o assun­to na ordem do dia dos seus clientes. “Ainda não criamos um produto específico para atender essa demanda porque acreditamos que ela faz parte da consultoria de mídia que trabalhamos junto aos nossos clientes”, afirma Hugo Godi­nho, coordenador do núcleo de web da In Press. Essa tendência fica mais forte à medida que os blogs, como mídia de propagação, ganham mais força junto a outros consumidores que aces­sam a internet. “É um movimento sem volta para o mundo corporativo”, afirma Aloisio Sote­ro, que há sete anos vem estudando comporta­mento dos clientes na web e sua relação com as marcas. Como Business Processo Outsourcing (BPO) dos grupos Brasif e Dufry, Sotero diz que a “maior lição que podemos obter em relação aos blogs é a capacidade do executivo ficar aler­ta para os questionamentos e ainda ser rápido na resposta.” São essas técnicas que agências de comunicação, como a S2 e In Press, querem proporcionar aos seus clientes que já decidiram escrever os seus próprios blogs.

22 de janeiro de 2008

E-Commerce fazendo cada vez mais a cabeça do consumidor

O Crescimento de usuários do comércio eletrônico é cada vez maior.
Segundo pesquisa do Ibope/NetRatings divulgada nesta quinta-feira, a venda de produtos pela Internet atingiu o maior número de usuários desde setembro de 2000, quando a Joint Venture entre o Ibope e a Nielsen começaram a fazer mediações sobre a Internet brasileira. No Mês de dezembro, o número de usuários ultrapassou a barreira dos 12 milhões.
E esse número só tende a crescer. É cada vez mais comum o uso da Internet para transações em geral. Segundo os dados divulgados, 57% dos internautas visitaram algum site de e-commerce:o maior alcance residencial atingido pela categoria.
Outro dado que devemos levar em conta: o Brasil continua sendo o país com o maior tempo médio de navegação residencial por internauta entre os 10 países monitorados pela Nielsen/Net ratings, com 22h59min. Considerando todos os ambientes (residência, trabalho, Escola, cybercafés, bibliotecas, etc), 39 milhões de pessoas com idade superior a 16 acessam a Internet.
Sem dúvida, é um mercado que está em constante crescimento e devemos ficar atentos a ele.Podemos perceber essa movimentação ao analisarmos o caso das lojas americanas que fazem lojas físicas cada vez menores (Americanas Express) e abriram a loja Virtual Americanas.com, investindo cada vez mais no atendimento online. Seria essa uma tendência geral do mercado?