A subsidiária brasileira da Volkswagen está muito perto de acabar com um ponto de atrito com os seus clientes. Ao comprar um carro zero quilômetro, o consumidor ganha uma máquina sofisticada de última geração e um manual de instruções muito parecido com uma enciclopédia. Para descobrir alguma informação sobre o veículo é preciso navegar numa infinidade de modelos até chegar aquele adquirido na concessionária. Essa realidade existe porque as montadoras fazem manuais genéricos para otimizar os seus custos e a produção do conteúdo. A Volkswagen decidiu inovar com a ajuda de um software que permitirá a confecção de manuais personalizados. "Haverá ganho de produtividade para o fabricante e o aumento da satisfação do cliente", afirma Helio Samora, diretor da PTC para a America Latina. O programa de computador, o Arbortext, que permitirá à Volkswagen realizar tal proeza foi desenvolvido pela PTC para resolver problemas similares de seus clientes em todo o planeta. O princípio do software é bem simples. A partir de uma única base de conteúdo – por exemplo, um banco de dados com todas as informações técnicas dos carros da Volkswagen, incluído imagens – será possível formatar documentos ou até mesmo páginas na internet altamente customizadas. No Brasil, a montadora alemã será a segunda cliente da PTC a utilizar o Arbortext. O grupo editorial Larousse também faz uso desse software. Um dos últimos lançamentos, a versão reduzida do seu dicionário de português foi completamente produzido dentro dessa nova visão onde cada cliente deve ser tratado como se fosse o único. O programa da PTC funciona como um gigantesco agregador de conteúdo fragmentado e está abrindo novos mercados para a companhia americana. Na sua origem, a PTC se voltou para softwares ligados ao desenvolvimento de produtos no setor de manufatura. São 50 mil clientes no mundo, entre os quais a Vale do Rio Doce, Petrobrás e grupos como a fabricante de utensílios domésticos Tramontina. Com essa estratégia, a empresa chegou a um faturamento de US$ 941 milhões no ano passado. Consolidada nesse mercado, a PTC resolveu explorar novas oportunidades e nesse ponto surgiu a chance de comprar a Arbortext. "Também estamos diante de uma realidade que não conhecíamos: como entregar informações customizadas para os consumidores finais", afirma Samora, engenheiro mecânico, que descobriu sua vocação de comercial e que está há 12 anos na companhia. O uso do Arbortext é quase ilimitado. É possível imaginá-lo na Volkswagen, na Larousse ou em qualquer outra companhia interessada em entregar informações personalizadas para os seus consumidores. Na área de mídia, por exemplo, o software poderia criar inúmeras publicações customizadas a partir do conteúdo gerado pelos jornalistas. O software da PTC é completamente baseado em XML, o padrão tecnológico que permite trabalhar com conteúdo desfragmentando para agrupá-lo de diversas maneiras e formatos. Toda a operação pode ser automatizada. Com apenas o toque no mouse, o editor da informação escolhe o conteúdo que deseja e em seguida o modelo que ele será encaixado e na ponta o programa entregará tudo formatado para ser distribuído. Não é à toa que o principal executivo da PTC na América Latina está tão empolgado com o produto. "Estamos diante de uma revolução na forma como as empresas poderão se comunicar com os seus consumidores", afirma Samora.
3 de abril de 2008
O novo manual da Volkswagen
Postador Aloisio Sotero / Manoel Fernandes em 08:50 0 Comentários
Palavras-Chave Conteúdos Gerados pelos Consumidores, Jornalismo de Indexacao, Netnografia
1 de abril de 2008
Busca premiada
Todos os caminhos levam ao Google. Bem, esse poderia ser o slogan de um novo serviço de internet que será lançado no Brasil amanhã, terça-feira. O nome é simples: Wini. O objetivo segue a mesma lógica. Qualquer pessoa que entrar no endereço terá à disposição os recursos de busca do Google e ainda a chance de fazer comparações de preço de produtos com a ajuda do Buscapé, o maior do gênero na América Latina. Enquanto durar essa busca, o usuário poderá ser surpreendido com um prêmio. Na realidade um ticket eletrônico para descontos em lojas associadas ou mesmo capaz de se transformar em bens de consumo, como eletroeletrônicos, bens de consumo ou até mesmo perfumes. A mágica acontecerá a cada cinco minutos. Com a ajuda de um recurso tecnológico baseado em algoritmos matemáticos, o site identificará se determinado usuário alcançou certos critérios e o premiará. "O ganhador será alertado na hora através do seu próprio navegador e ainda receberá um email com a confirmação", afirma Ricardo Cabianca, diretor da empresa por trás dessa nova forma de procurar dados na internet. "No primeiro mês de operação teremos 200 mil cadastrados." Em parte esse número será alcançado com uma agressiva campanha de marketing viral e de propagação nas mais expressivas comunidades de mídia social do Brasil. A idéia é envolver blogs, propagadores no Orkut e administradores de comunidades relacionadas a consumo no País. "Somos um produto para quem já adotou a internet como parte do seu DNA." A experiência de quem utilizar o serviço será idêntica estivesse buscando diretamente no Google ou no Buscapé. O único segredo do Wini é a exigência de um cadastro prévio para concorrer aos prêmios. O modelo de negócio estruturado prevê que as empresas nada pagarão para ofertar os brindes aos usuários do Wini. Oito companhias já acertaram pacotes com o Wini. Na realidade, o serviço pretende buscar três linhas de receita. A primeira terá origem no tráfego de quem entrar em busca de informação e prêmios. Dessa forma será possível obter faturamento com as políticas remuneração de parceiros do Google na área de publicidade on-line. A segunda fonte de rendimentos é conseqüência da primeira. Com uma grande audiência, Cabianca e seus sócios poderão vender espaços publicitários, mas é a terceira variável que tem as melhores condições de aumentar os ganhos dos criadores do Wini. "Vamos ter a primeira grande comunidade de consumo do Brasil", diz Cabianca. O modelo do serviço tem um similar nos Estados Unidos. É o Blingo, lançado em dezembro de 2004. O Wini segue a mesma lógica. Só que seu similar americano tem acordos com o Yahoo!, Microsoft e Ask. Desde o seu surgimento , o Blingo já distribuiu 69.000 prêmios, que podem variar de US$ 5 para a comprar de um carro ou até US$ 20.000 em dinheiro. Nesse caso, a máxima de que a busca na rede pode ser uma rica experiência se comprova na prática.
Postador Aloisio Sotero / Manoel Fernandes em 00:30 2 Comentários
Palavras-Chave Jornalismo de Indexacao