Alessandro Barbosa Lima é o decano do monitoramento de redes sociais (comunidades on-line e blogs) no Brasil. Em 2004 após concluir o mestrado na Universidade de São Paulo (USP), ele e seu sócio Jairson Vitorino transformaram a tese numa empresa, a E-Life. Nos primeiros momentos, a dupla chegava nos potenciais clientes com o argumento que descobrir o que o mundo digital estava falando das marcas era algo relevante. Por um bom tempo, a E-Life voou em céu de brigadeiro. Empresas internacionais com produtos semelhantes nunca se interessaram pelo mercado local em função da dificuldade de traduzir os softwares para o trabalho. Dessa forma, a E-Life evangelizou o mercado e chegou ao atual patamar de mais de 30 clientes, desde instituições financeiras e grandes companhias. O desafio da E-Life agora é manter essa dianteira. O cenário fica cada dia mais difícil porque outras empresas estão lançando produtos similares com a mesma promessa de entrega de resultados. "Há espaço para quem é sério e de certa forma só ficarão os mais qualificados", afirma Barbosa Lima. Os ataques estão chegando de todos os lados. Um deles vai partir da Pólvora Comunicação, que tem entre seus sócios Edney de Souza, o pioneiro das mídias sociais brasileiras e um dos primeiros blogueiros com relevância do Brasil. "Existe uma demanda de nossos clientes e vamos ajudá-los a buscar essa resposta", afirma Edney. A Pólvora pretende utilizar os relatórios para elaborar estratégias de relacionamento com os protagonistas das mídias sociais. Nesse ponto, Edney e Barbosa Lima ficarão em campos opostos. Barbosa Lima acredita na separação entre quem faz a pesquisa daquele que executa a operação. "Nesse aspecto queremos ser iguais ao Ibope. Nunca vi o instituto fazendo campanhas eleitorais para políticos. O Ibope só faz pesquisas", diz Barbosa Lima. A visão de Edney é bem diferente. Para o diretor da Pólvora, as empresas que estão nesse mercado precisam entregar respostas completas aos seus clientes. "É nossa missão ajudá-los a entender melhor o mundo das redes digitais de relacionamento e o monitoramento é um passo nessa direção", afirma. A febre do monitoramento não pára na E-Life e na Pólvora. Há no mercado vários serviços à disposição. As assessorias de imprensa, por exemplo, estruturam produtos dessa natureza com o objetivo de ofertar esse mecanismo para os seus clientes. Companhias de pequeno porte e empresas estrangeiras ensaiam a entrada no País com ofertas de baixo custo, mas sem a entrega de relatórios em português. As metodologias variam pouco. A regra comum é identificar o volume de comentários e classificá-los em positivos, neutros e negativos. O trabalho é feito com a ajuda de robôs que varrem a Internet em busca das palavras-chave selecionadas pelos clientes e depois entram os analistas das empresas com a classificação manual de cada dado. É um trabalho braçal. Só que identificar o que falam das marcas dentro das redes sociais é apenas parte da tarefa. Ter um relatório quantitativo em mãos não significa nada e pode até virar um problema para quem acha que esses dados são suficientes. "Os números são irrelevantes diante do contexto no qual a marca foi elogiada ou comentada", afirma Aloisio Sotero, BPO da Dufry Brasil. "Monitorar para dizer que está monitorando não significa nada."
7 de outubro de 2008
Todos querem fazer monitoramento
Postador Aloisio Sotero / Manoel Fernandes em 09:56 0 Comentários
Assinar:
Postagens (Atom)