3 de abril de 2009

Marketing pré-pago

Em tempos de crise, o marketing de incentivo já aparece como uma opção real de aumento de vendas pelas empresas. A lógica desse modelo é simples. Vendedores, empregados e até consumidores recebem algum tipo de benefício para vender ou comprar determinados produtos. São prêmios ou até mesmo dinheiro em conta corrente. A novidade agora é a possibilidade do ganhador levar para casa mais minutos no seu celular pré-pago. Essa é a estratégia da Minucom, que estruturou um modelo de negócio no qual premiação é baseada em minutos para esses telefones móveis que já representam 80% dos 152 milhões de aparelhos em funcionamento no Brasil. "Em menos de 48 horas creditamos em reais o valor correspondente ao prêmio do dono do celular", afirma Leandro Capozzielli, diretor da Minucom. Ele enxerga uma infinidade de oportunidades para marcas interessadas em estreitar o seu relacionamento com consumidores, em especial os donos de pré-pagos na sua maioria das classes CDE e também o mais jovens. No espectro de potenciais clientes da Minucom estão desde instituições financeiras, redes de varejo até companhias aéreas que podem transformar os pontos dos programas de fidelidade em minutos grátis. A Minucom funciona como uma intermediária nesse processo. A companhia modela os pacotes, compra minutos no atacado em todas as operadoras de telefonia móvel e faz a distribuição aos premiados. Tudo por uma rede online. "Como negociamos grandes volumes entramos nesse jogo pagando tarifas bem interessantes por cada minuto comprado", diz Capozzielli. Esse valor pode variar entre R$ 0,60 a R$ 1,23. A diferença está no número de minutos que o cliente levará para casa.

2 de abril de 2009

A descoberta da Telefônica

Existe vida além dos fios de cobre. Essa foi a descoberta da operadora Telefônica ao desembarcar no mundo digital com uma ação publicitária que gerou muitos comentários e uma grande polêmica em torno do apresentador Marcelo Tas, do CQC. A empresa a celebridade para ajudar no posicionamento do Extreme. Em lugar de páginas de revista, jornais ou comerciais de TV, a companhia preferiu testar o poder das redes sociais. Tas foi escolhido porque é uma das estrelas desse mundo, em especial o Twitter, o microblog sensação entre os adeptos do universo digital. A reação começou em seguida a reportagem do jornal americano Wall Street Journal sobre o uso do Twitter como uma ferramenta publicitária. Tas, que tem 25 mil seguidores, foi contratado para publicar durante um ano no seu Twitter um link de algum site ou serviço relacionado ao tema da experiência de uso da banda larga. Essa combinação – celebridade, internet e pessoas emitindo suas opiniões livremente – acendeu o pavio da discussão. Falaram de quebra de ética, de compra de opinião de terceiros e de intenção da Telefônica de entrar sem pedir licença no ciberespaço. O próprio Tas criou os melhores argumentos para confundir os seus críticos. "Há muitos cubanos na rede que ainda acham que a internet não é uma invenção do capitalismo", ironizou. O petardo tinha endereço certo: os xiitas 2.0 que acusaram a Telefônica e a Tas de profanar o sagrado mundo da web com propaganda. Do lado da Telefônica, apesar do susto inicial, a repercussão ainda está sendo analisada, mas ficou menor o medo de conversar com as pessoas que estão nas redes sociais. "Entramos de peito aberto e sabíamos que haveria polêmica", afirma Marcelo Tripoli, diretor da iThink, responsável pela campanha. Esse resultado apontado por Tripoli pode ser traduzido em alguns aspectos. O primeiro deles foi a descoberta do efetivo poder das mídias sociais pela Telefônica. Mesmo com suas dimensões e o telhado de vidro, a companhia percebeu que pode se movimentar com alguma sutileza dentro do mundo da web 2.0. O outro ponto, que alguns enxergam como negativo, mas que outros veem como positivo, foi a quebra da virgindade do Twitter no Brasil como um instrumento de publicidade. E Tas anunciou que estaria devolvendo o dinheiro do contrato, mas era 1 de abril.