7 de abril de 2008

Redes de investimento

O Nation é um clube de investimento de pequeno porte entre os milhares que operam na Bolsa de Valores de São Paulo. Tem dez integrantes e desde a sua criação no segundo semestre do ano passado alcançou uma rentabilidade de 10%. O clube segue a mesma lógica dos seus similares: buscar boas oportunidades no mercado acionário brasileiro. Um dos diferenciais do Nation é uma crença compartilhada por todos os sócios desde o início. "Sem tecnologia não há como ser rápido na tomada de decisões e na distribuição de informações para os cotistas", afirma Ana Barbas, gestora do clube. Diante dessa premissa, a empresa de um dos sócios desenvolveu um portal na internet onde cada pessoa envolvida na operação pode saber em segundos como está o andamento da sua carteira. É possível identificar a movimentação diária e o histórico do clube. O próximo movimento ocorrerá em algumas semanas. O Nation será o primeiro clube de investimento do País a ter uma rede social fechada. E a idéia é expandir o conceito para outros clubes do gênero. "Pegamos o conceito de mídia social, fizemos alguns ajustes e o adotamos dentro do mercado de ações", afirma Sérgio Cavalcanti, diretor da Sonet, a companhia responsável pelo desenvolvimento do software. "Quem está no mercado de ações quer conversar, trocar informações e obter dicas para continuar operando." O teste no clube Nation é apenas parte da estratégia da Sonet. A empresa quer oferecer o seu programa de computador, capaz de operar em qualquer rede, para clientes de matizes diferentes, incluindo os clubes de investimento. Segundo a Bovespa existem hoje em operação 2.312 clubes que reúnem cerca de 150 mil investidores. É dentro desse mercado que a Sonet espera criar várias redes sociais privadas. De alguma forma o mundo corporativo descobriu o potencial das comunidades fechadas dentro da internet. Após a explosão de serviços como o Orkut, que tem no Brasil o seu maior mercado, e Facebook, as empresas estão apostando em caminhos para aglutinar interesses e conteúdo dos seus funcionários. A Sonet é apenas parte de um fenômeno que começa a tomar conta do setor privado. Há duas semanas, o Centro de Estudos Avançados do Recife (CESAR) também anunciou seu ingresso nesse mercado com um software batizado de AMIGOS. O produto da instituição pernambucana é mais voltado para empresas acima de 500 funcionários. O Sonet vai em busca dos pequenos e médios, interessados em garantir para os seus empregados a mesma experiência virtual de quem utiliza hoje o Orkut ou serviços do gênero. "O mercado está na nossa frente à espera de ser explorado", afirma Cavalcanti.