28 de março de 2008

O Oitavo Assunto : Spin Room

Existe uma tradição nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Ao final dos debates quando as câmeras são desligadas, os assessores e aliados de cada candidato correm para o lado de fora do palco do duelo à procura dos jornalistas. A estratégia é convencer cada profissional de jornal, TV, revista e rádio que o seu candidato venceu o confronto. Esse encontro entre jornalistas e partidários acontece num espaço chamado Spin Room, a Sala do Giro. É uma tradição cercada de símbolos da política americana. A novidade da campanha deste ano é a entrada de blogueiros, como são vistos na foto em cores da direita, no seleto clube de profissionais que são pressionados pelos apoiadores dos candidatos. Esse ingresso é suficiente para demonstrar que as mídias sociais são o ambiente perfeito e mais adequado para a prática do Spin Room. "A política tem muito a nos ensinar", afirma Marcelo Coutinho, diretor do Ibope Inteligência. "O que os candidatos estão fazendo com a internet nos EUA é a uma lição para o mundo corporativo." Realmente as empresas ainda não descobriram como fazer bom uso dessa técnica. O BPO da Dufry Brasil e presidente do Conselho Editorial de BITES, Aloisio Sotero, aplica há algum tempo os princípios do Spin Room na sua estratégia de propagação das mensagens corporativas da empresa. Sotero tem uma posição bem clara em relação a essa questão. Ele acredita que as empresas deveriam montar Spin Rooms internos para conversar sem intermediários com os seus consumidores, que poderiam ser acessado em qualquer lugar, a qualquer hora através de vários canais de interatividade. "É preciso pensar violeta", diz o executivo. Pensar violeta significa abrir a mente para novas experiências com essa que está enriquecendo a a corrida eleitoral americana.

Nesse ponto é pré-candidato democrata Barack Obama é o mais beneficiado pela estratégia de Spin Room. Como poucos, o senador por Chicago percebeu na internet um grande instrumento de propagação do seu discurso e mensagem de renovação, além de uma fonte de arrecadação de recursos constante e direta. Para conseguir esse resultado, Obama tem gasto com ações na rede. "É preciso construir uma relação on-line com os eleitores", costuma repetir o candidato. Só em fevereiro a sua campanha investiu US$ 2,6 milhões em propaganda na rede. Dez vezes mais que a sua rival, a senadora Hilary Clinton, e 20 vezes mais que John McCain, do Partido Republicano. O "We Can", o slogan de campanha, invadiu a internet em várias redes sociais. O poder de Obama é tanto que o vídeo mais acessado no Youtube no ano passado foi aquele no qual uma garota grita várias vezes o nome do senador de alto de um prédio.

No Brasil ainda há uma grande latência em relação ao fenômeno do uso da rede pelos políticos, mas as eleições municipais desse servirão como o grande teste da ferramenta para a sucessão do presidente Lula em 2010. "Não há dúvida que algo parecido vai acontecer no Brasil", afirma Coutinho. Por enquanto, o difícil é saber quem será tão audacioso como Barack Obama. É inevitável que algo parecido e em menor proporção ocorra no País, mas o grande teste será a eleição de 2010 para a escolha do sucessor do presidente Lula. As eleições municipais deste ano serão apenas po laboratório para o desembarque do Spin Room na internet nacional. "Quando este dia chegar mostraremos o real poder da propagação", afirma Wagner Fontoura, da rede de blogs HitechLive.

25 de março de 2008

Saldão nos blogs

O modelo de negócio preferido da maioria os blogs brasileiros é colocar links patrocinados do Google em suas páginas e esperar uma pequena receita no final do mês. Alguns com expressiva audiência e muita sorte na hora da indexação do site pelo robô do Google conseguem chegar perto de R$ 1.000 mensais. Outros ficam à espera do cheque que demora a chegar. E quando entra na conta o valor nem compensa ir ao banco sacar. Há aqueles mais espertos que optaram por um caminho mais rentável. Essa turma faz parte da elite do programa de associados do Mercado Livre, que no ano passado faturou US$ 85 milhões fazendo a intermediação de vendas e compras de seus 24,9 milhões de usuários na América Latina, segundo o seu último resultado publicado no início do mês. Só a operação no Brasil teve uma receita de US$ 37 milhões. Parte do êxito é explicado através da estratégia de permitir a qualquer blogueiro utilizar os códigos dos seus softwares para montar lojas-espelho. Na prática, diante dessa possibilidade, é possível extrair do programa apenas as informações necessárias para a criação de uma loja de máquinas fotográficas digitais ou mesmo computadores. O nível de customização depende do conhecimento e da capacidade de quem está do outro lado do balcão. "São 100 mil afiliados nesse programa", afirma Edson Lemos, diretor de marketing do Mercado Livre. "Esse é o nosso exército particular de vendedores." O Mercado Livre é a única companhia do gênero a liberar sem restrições esses códigos que fazem a festa de muitos na internet brasileira. O serviço de comparação de preços Buscapé tem uma política semelhante, mas faz algumas exigências e determina limites. Submarino e Americanas estão longe de ofertar algo desse tipo. Uma loja-espelho bem estrutura pode render uma receita mensal de milhares de reais para o seu criador. Nem um dos lados diz quanto ganha, mas a medida da receita pode ser entendida por um associado do Mercado Livre que num único mês no ano passado recebeu quase R$ 90 mil de comissão num único mês. O acesso ao programa é o mais democrático possível, mas apena uma pequena parcela da rede de associados consegue fazer negócios de calibre. Um dos expoentes desse fenômeno é Edney de Souza, da rede de blogs InterNey. Ele foi um dos primeiros a utilizar esse modelo de negócio e hoje está muito à frente de quem entrou por último. Não satisfeito em apenas copiar os códigos, Edney passou a criar novos produtos a partir do software do Mercado Livre. "No início éramos poucos com a mesma vantagem. Hoje são inúmeros. Então a saída é diversificar e sofisticar a operação", afirma o diretor do rede de blogs. Quem segue caminho semelhante é Jobson Lemos. Ele criou um modelo diferente de Edney, mas também muito interessante. O princípio é transformar cada blog associado a sua estratégia em um sócio das receitas geradas no Mercado Livre. Lemos desenvolveu um sistema que permite colocar links dos produtos anunciados no Mercado em um infinidade de blogs. E todo o tráfego é concentrado num único endereço que fica fazendo ofertas a cada atualização da página. "É um modelo onde todos ganham e ninguém perde", afirma Lemos. Ele conseguiu trazer para sua iniciativa mais de 200 blogs que sem muito esforço recebem parte da receita gerada na operação.

24 de março de 2008

Bem-vindos ao Maketing de Recomendação

“Esqueça a era da Informação. Mais do que informação o ambiente corporativo vive hoje a era da recomendação”, afirma Alessandro Lima da empresa E-Life.

Na era da commoditização, os consumidores estão cada vez mais sedentos por informações sobre os produtos e serviços. Os fatores intangíveis que acercam um produto são fatores determinantes numa decisão de compra. De acordo com pesquisas da PowerReviews, 90% dos compradores on-line lêem recomendações de outros consumidores antes de uma decisão de compra. E esses são os mesmos que vão gerar mais recomendações, formando um movimento de informações fundamental nas estratégias de marketing das empresas.

A “questão definitiva” é: Você recomendaria meu produto ou serviço para outras pessoas? A responsabilidade para uma resposta positiva a esta questão hoje é das empresas que devem estar “antenadas” ao que é necessário para uma boa estratégia de Marketing de Recomendação. Podemos citar como fatores essenciais à satisfação:
- A qualidade do serviço prestado e a superação das expectativas dos compradores;
- O nível de atendimento e a atenção atribuída ao cliente durante o ato da compra.

Existem 3 “p´s” básicos para o Marketing de Recomendação:
- Pessoas
- Processos
- Prontidão (Prazo)

Cito este último como fundamental na diferenciação dos serviços. Os produtos se diferenciam pelo design e os serviços pela prontidão, que é medida pela variável tempo.

Sua empresa está pronta para aproveitar as mudanças da era do Marketing da Recomendação?

A Internet com certeza é o seu canal gerador de informações e recomendações. Por isso os sites precisam estar recheados de recomendações e sem a burocracia dos sites corporativos. Afinal, quem busca informações não quer conversar com paredes. Em geral, queremos compartilhar as alegrias e tristezas com outras pessoas. Por isso acredito que o desafio das empresas é saber HUMANIZAR seu negócio e fazer dele um canal de contato entre os seus clientes, linkando pessoas a outras pessoas e não à paredes.