25 de março de 2008

Saldão nos blogs

O modelo de negócio preferido da maioria os blogs brasileiros é colocar links patrocinados do Google em suas páginas e esperar uma pequena receita no final do mês. Alguns com expressiva audiência e muita sorte na hora da indexação do site pelo robô do Google conseguem chegar perto de R$ 1.000 mensais. Outros ficam à espera do cheque que demora a chegar. E quando entra na conta o valor nem compensa ir ao banco sacar. Há aqueles mais espertos que optaram por um caminho mais rentável. Essa turma faz parte da elite do programa de associados do Mercado Livre, que no ano passado faturou US$ 85 milhões fazendo a intermediação de vendas e compras de seus 24,9 milhões de usuários na América Latina, segundo o seu último resultado publicado no início do mês. Só a operação no Brasil teve uma receita de US$ 37 milhões. Parte do êxito é explicado através da estratégia de permitir a qualquer blogueiro utilizar os códigos dos seus softwares para montar lojas-espelho. Na prática, diante dessa possibilidade, é possível extrair do programa apenas as informações necessárias para a criação de uma loja de máquinas fotográficas digitais ou mesmo computadores. O nível de customização depende do conhecimento e da capacidade de quem está do outro lado do balcão. "São 100 mil afiliados nesse programa", afirma Edson Lemos, diretor de marketing do Mercado Livre. "Esse é o nosso exército particular de vendedores." O Mercado Livre é a única companhia do gênero a liberar sem restrições esses códigos que fazem a festa de muitos na internet brasileira. O serviço de comparação de preços Buscapé tem uma política semelhante, mas faz algumas exigências e determina limites. Submarino e Americanas estão longe de ofertar algo desse tipo. Uma loja-espelho bem estrutura pode render uma receita mensal de milhares de reais para o seu criador. Nem um dos lados diz quanto ganha, mas a medida da receita pode ser entendida por um associado do Mercado Livre que num único mês no ano passado recebeu quase R$ 90 mil de comissão num único mês. O acesso ao programa é o mais democrático possível, mas apena uma pequena parcela da rede de associados consegue fazer negócios de calibre. Um dos expoentes desse fenômeno é Edney de Souza, da rede de blogs InterNey. Ele foi um dos primeiros a utilizar esse modelo de negócio e hoje está muito à frente de quem entrou por último. Não satisfeito em apenas copiar os códigos, Edney passou a criar novos produtos a partir do software do Mercado Livre. "No início éramos poucos com a mesma vantagem. Hoje são inúmeros. Então a saída é diversificar e sofisticar a operação", afirma o diretor do rede de blogs. Quem segue caminho semelhante é Jobson Lemos. Ele criou um modelo diferente de Edney, mas também muito interessante. O princípio é transformar cada blog associado a sua estratégia em um sócio das receitas geradas no Mercado Livre. Lemos desenvolveu um sistema que permite colocar links dos produtos anunciados no Mercado em um infinidade de blogs. E todo o tráfego é concentrado num único endereço que fica fazendo ofertas a cada atualização da página. "É um modelo onde todos ganham e ninguém perde", afirma Lemos. Ele conseguiu trazer para sua iniciativa mais de 200 blogs que sem muito esforço recebem parte da receita gerada na operação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito legal o workshop hoje de manhã na Globo. Pena que durou pouco. Espero aprender mais com vocês.

Felicidades