Existe uma tradição nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Ao final dos debates quando as câmeras são desligadas, os assessores e aliados de cada candidato correm para o lado de fora do palco do duelo à procura dos jornalistas. A estratégia é convencer cada profissional de jornal, TV, revista e rádio que o seu candidato venceu o confronto. Esse encontro entre jornalistas e partidários acontece num espaço chamado Spin Room, a Sala do Giro. É uma tradição cercada de símbolos da política americana. A novidade da campanha deste ano é a entrada de blogueiros, como são vistos na foto em cores da direita, no seleto clube de profissionais que são pressionados pelos apoiadores dos candidatos. Esse ingresso é suficiente para demonstrar que as mídias sociais são o ambiente perfeito e mais adequado para a prática do Spin Room. "A política tem muito a nos ensinar", afirma Marcelo Coutinho, diretor do Ibope Inteligência. "O que os candidatos estão fazendo com a internet nos EUA é a uma lição para o mundo corporativo." Realmente as empresas ainda não descobriram como fazer bom uso dessa técnica. O BPO da Dufry Brasil e presidente do Conselho Editorial de BITES, Aloisio Sotero, aplica há algum tempo os princípios do Spin Room na sua estratégia de propagação das mensagens corporativas da empresa. Sotero tem uma posição bem clara em relação a essa questão. Ele acredita que as empresas deveriam montar Spin Rooms internos para conversar sem intermediários com os seus consumidores, que poderiam ser acessado em qualquer lugar, a qualquer hora através de vários canais de interatividade. "É preciso pensar violeta", diz o executivo. Pensar violeta significa abrir a mente para novas experiências com essa que está enriquecendo a a corrida eleitoral americana. Nesse ponto é pré-candidato democrata Barack Obama é o mais beneficiado pela estratégia de Spin Room. Como poucos, o senador por Chicago percebeu na internet um grande instrumento de propagação do seu discurso e mensagem de renovação, além de uma fonte de arrecadação de recursos constante e direta. Para conseguir esse resultado, Obama tem gasto com ações na rede. "É preciso construir uma relação on-line com os eleitores", costuma repetir o candidato. Só em fevereiro a sua campanha investiu US$ 2,6 milhões em propaganda na rede. Dez vezes mais que a sua rival, a senadora Hilary Clinton, e 20 vezes mais que John McCain, do Partido Republicano. O "We Can", o slogan de campanha, invadiu a internet em várias redes sociais. O poder de Obama é tanto que o vídeo mais acessado no Youtube no ano passado foi aquele no qual uma garota grita várias vezes o nome do senador de alto de um prédio. No Brasil ainda há uma grande latência em relação ao fenômeno do uso da rede pelos políticos, mas as eleições municipais desse servirão como o grande teste da ferramenta para a sucessão do presidente Lula em 2010. "Não há dúvida que algo parecido vai acontecer no Brasil", afirma Coutinho. Por enquanto, o difícil é saber quem será tão audacioso como Barack Obama. É inevitável que algo parecido e em menor proporção ocorra no País, mas o grande teste será a eleição de 2010 para a escolha do sucessor do presidente Lula. As eleições municipais deste ano serão apenas po laboratório para o desembarque do Spin Room na internet nacional. "Quando este dia chegar mostraremos o real poder da propagação", afirma Wagner Fontoura, da rede de blogs HitechLive.
28 de março de 2008
O Oitavo Assunto : Spin Room
Postador Aloisio Sotero / Manoel Fernandes em 01:26
Palavras-Chave Conteúdos Gerados pelos Consumidores, Jornalismo de Indexacao, Nanomídia
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário