10 de agosto de 2007

Ache-me, o novo mantra dos negócios

Até aqui as empresas faziam lançamentos dos seus produtos e colocavam os autofalantes da publicidade de massa para divulgá-los . Agora os consumidores tem múltiplas escolhas para as mesmas funcionalidaes ou seja dominam o poder de escolher . É a lógica do "acheme" porque os consumidores passaram a ter controle sobre o que as empresas oferecem. É a nova premissa da mídia digital. O conceito do search. Quem desejar se achado no mundo da web terá de saber quais são as palavras-chave do seu negócio ou como é feita a procura pelos consumidores dos produtos que querem comprar. O target market agora é o produto e não apenas os consumidores. A lógica mudou.

8 de agosto de 2007

As marcas mais citadas nos blogs

As redes do mundo social e as comunidades virtuais, como Orkut e MySapce, mudaram a forma como os consumidores se relacionam com as empresas. A banda larga ainda provocou a explosão dos blogs, fotoblogs, videologs e comunidades virtuais. No primeiro levantamento do gênero com foco no mundo corporativo, a revista BITES (www.bites.com.br ) e a consultoria E-Life mapearam quais as marcas mais citadas em cinco setores: bancos privados, telefonia fixa, telefonia móvel, empresas de tecnologia e varejo. As marcas foram escolhidas obedecendo critérios de faturamento, reconhecimento dos consumidores e relevância em seu mercado. O monitoramento foi realizado em 20 serviços de blogs e fotoblogs e obteve uma amostra total de 34.428 depoimentos entre 2003 a 2007. Todos os dados foram classificados quantitativamente. Dessa forma as informações apresentadas não entram em análises positivas, negativas ou neutras. O estudo também considerou os blogs mais relevantes em cada categoria. Na contagem geral, a TIM (www.tim.com.br) teve o maior número de comentários dos internautas, com 7.522 citações, seguida por Microsoft (www.microsoft.com) (6.621), Intel (www.intel.com) (2.715), Itaú (www.itau.com.br) (2.368), IBM (www.ibm.com) (2.199) e Bradesco (www.bradesco.com.br) (2.152). Outro aspecto importante foi identificar quais os blogs mais relevantes para fazer os comentários sobre as marcas em cada categoria do estudo da BITES/E-Life. Nesse aspecto aconteceram algumas surpresas, como a presença entre os preferidos do blog do jornalista Fernando Rodrigues (www.uol.com.br/politica), da Folha de S.Paulo (www.folhaso.com.br), que focado em assuntos políticos tem muito prestígio entre os internautas que querem fazer alguma citação sobre as marcas. "A pesquisa é uma amostra do boca-a-boca virtual (buzzmarketing), que era um fenômeno invisível, e agora, com a Web 2.0, pode ser mensurado e monitorado", explica Alessandro Barbosa Lima, diretor de negócios da E-Life Comunicação.

A desconferência dos blogueiros

Os blogs estão na moda. E blogueiros aqui e no exterior já começam a ser tratados como os senhores de uma nova era. São eles que melhor traduzem o fenômeno da Mídia Gerada pelo Consumidor, que já entrou na ordem do dia das empresas e dos seus estrategistas de marketing. Para quem precisa entender um pouco mais desse universo uma rara oportunidade acontecerá nos dias 25 e 26 deste mês, em São Paulo. Mais de 150 blogueiros de todo o País estarão reunidos no primeiro BlogCamp, naquilo que eles próprios definem como uma "desconferência" que irá discutir temas relevantes dessa nova forma de comunicação. "Um dos assuntos em pauta é a nossa relação com a mídia tradicional", afirma Manoel Netto, do Tecnocracia (www.tecnocracia.com.br). Em conjunto com outros colegas de Blogsfera, ele teve a idéia de reunir a turma para uma discussão franca e aberta na capital paulista. De maneira geral, os bloggers (expressão inglesa utilizada para definir os editores desses diários on-line) são resistentes aos veículos tradicionais e para esquentar o debate convidaram alguns para o encontro. "Precisamos entendê-los da mesma forma que eles terão de nos compreender daqui em diante", afirma Netto.
Para os desavisados, a "desconferência" é uma experiência única. A estrutura do encontro é bem interessante e capaz de provocar desconforto para quem está acostumado a modelos tradicionais. Não há uma agenda pré-definida. À medida que a audiência for chegando ela vai se ajustando ao ambiente. Podem surgir duplas ou até rodas de conversas. Quem desejar uma discussão mais reservada terá de reservar uma das salas disponíveis da Casa Gafanhoto, o espaço alternativo de discussões e cursos do VJ Cazé da MTV. Antes mesmo do encontro os debates estão bem agitados através de uma troca de emails diárias entre os inscritos. O BlogCamp conseguiu em menos de dez dias preencher todas as inscrições. A revista BITES será uma das marcas presentes ao encontro que poderá ganhar um modelo mais estruturado a partir de 2008. "Os blogs brasileiros estão tomando consciência de seu papel na Internet nacional, mas dentro do mundo da mídia ainda não somos maioria", afirma Manoel Netto. O BlogCamp é um dos primeiros passos na direção de criar uma sistemática própria de entendimento desse universo por quem está fora do mundo dos bloggers.
Mesmo com o crescente interesse do mundo corporativo por esse tipo de mídia ainda não existe uma estatística oficial sobre a quantidade de blogs em português. Muitos desses diários estão hospedados em serviços internacionais, como o Bloger do Google. No Registro.BR, que armazena todos os domínios em português, há cerca de 4 mil endereços exclusivos de blogs, mas esse também está longe de ser um retrato fiel da realidade. Há quem acredite na existência de 5 milhões de blogs no País. A conta está longe de ser um chute. Seguindo essa lógica a blogosfera nacional representaria 5% desse universo no mundo. Pelas contas do site Technorati existem quase 100 milhões de diários virtuais no planeta. A cada dia surgem 170 000 mil blogs, 118 por minuto. Os donos desses blogs colocam 1,6 milhão de novas notas por minuto, 18 a cada segundo.

No controle

O americano Jonathan Carson sempre achou que as opiniões dos consumidores deveriam ser levadas em consideração pelas empresas. Ele sempre esteve à frente de projetos de internet onde era dada a devida atenção aos formadores de opinião on-line. No final dos anos 90 com a ajuda de um amigo Carson lançou a Buzzmetrics. A companhia inovou porque passou a monitorar o chamado boca-a-boca virtual, que tempos depois ganhou o nome de Mídia Gerada pel Consumidor (MGC). A equipe da Buzmetrics criou métricas capazes de quantificar e qualificar o impacto sobre as marcas das opiniões dos consumidores publicadas em blogs, comunidades e nas redes sociais existentes na internet. A idéia deu certo e a Buzzmetrics terminou sendo vendida para o grupo Nielsen. Leia a entrevista.


Qual o impacto da mídia gerada pelo consumidor nas estratégias das empresas?

Carson – Essa nova mídia desempenha um papel inequívoco e influente no estabelecimento das percepções, escolhas e comportamentos dos consumidores. O fato é que a maioria da pessoas on-line está passiva ou ativamente criando conteúdos em blogs, sites de comunidades e outros fóruns de expressão e comunicação virtual. Uma MGC positiva pode ajudar na fidelização de uma marca, e uma MGC negativa pode levar ao enfraquecimento ou deterioração. Com a derrocada da "crença" do consumidor em mensagens patrocinadas, a confiança nas opiniões e recomendações de outros consumidores está crescendo. Virtualmente todas as agências de pesquisa têm publicado estudos que sugerem que "as recomendações de outros consumidores" superam a televisão, rádio, mídia impressa, mala direta, outdoor e posicionamento de produto nos quesitos "confiabilidade e credibilidade". Na área automotiva, por exemplo, em que bilhões são gastos anualmente em comerciais, hoje o boca-a-boca é o indicador número um para a aquisição do produto.


O novo consumidor, ou prosumer como já conhecido, quer inovação, rapidez e trabalho colaborativo. Como a MGC está contribuindo com essa nova demanda?

Carson – É importante notar que as interações entre web, busca por produto e consumidor estão inaugurando uma nova era de transparência nos negócios. O marketing e as mensagens comerciais ainda são importantes, mas os consumidores – mais conscientes e desejosos de compartilhar suas experiências, boas ou ruins, com outros consumidores via MGC – estão deixando as empresas cada vez mais preocupadas em relação às promessas anunciadas sobre seus produtos, e acabam forçando-as a projetar produtos e serviços melhores e a acelerar seu processo de inovação.

O que esse próximo passo pode representar em termos de revolução social e econômica?

Carson – Há uma certeza: a MGC está destinada a tornar-se tão onipresente quanto o ar que respiramos. Enquanto as plataformas e tipos de MGC continuarão a se desenvolver, a era da Web 2.0 continuará a introduzir muitas das inovações mais importantes para tornar as comunicações e publicações on-line mais fáceis e acessíveis do que nunca. As sociedades terão que se adaptar a esta inédita transparência e exposição em muitas áreas, como demandas e execuções legais, emprego e local de trabalho, política, relações religiosas e pessoais.
Há planos de abrir um escritório da Buzzmetrics no Brasil?
Carson – O Brasil e a América Latina são mercados fundamentais, e os consideramos como uma parte importante de nossa estratégia global. Já temos uma parceria na América Latina com o Ibope, que dá apoio ao Nielsen Netratings (medidas de audiência na web) oferecido na região. Em nosso compromisso de crescimento, estamos procurando trazer os serviços da BuzzMetrics para o Brasil num futuro próximo.