Uma conversa de pouco mais de 30 minutos é suficiente para entender a lógica que o engenheiro de computação Manoel Lemos está imprimindo na sua companhia, a WebCo. Com a ajuda de lápis e papel, ele rascunha o que para muitos seria um modelo de negócios, mas que para ele é apenas uma das variáveis do seu empreendimento. As premissas são relacionadas logo no início do diálogo com o interlocutor. Para Lemos não existe a possibilidade de pensar diferente. Ele está diante de um mercado que não pára de crescer e que a cada dia exige mais produtos com cores locais. Lemos e seus investidores, entre eles o grupo sul-africano Napster, que também é sócio do grupo Abril no Brasil, querem criar um negócio baseado no tripé de conteúdo gerado pelo consumidor, com alta dose de interatividade e um acentuado sotaque em português. "Não pensamos em nada que não envolva essa equação", afirma o executivo. Dentro desse modelo já existem dois produtos. O primeiro é o BlogBlogs, o maior indexador de blogs em português e que já catalogou mais de 2 milhões de blogs no País. Desses 400 mil podem ser considerados ativos. São aqueles que os seus donos publicam posts pelo menos uma vez por semana. O Blogblogs conseguiu em pouco tempo ser a principal central de informações desse mercado no País. De certa forma, o serviço é um dos mais fiéis espelhos da mídia social brasileira. Ninguém monta um desses endereços hoje sem antes cadastrá-lo no serviço de Lemos. É lá que estão os mais relevantes personagens, audiências e tendências desse universo. O BlogBlogs funciona como uma caixa de ressonância da web 2.0 nacional. Lemos montou esse negócio antes da chegada dos seus sócios que o ajudaram na construção da segunda marca da companhia, o Brasigo, que funciona como uma espécie de Orkut verde-amarelo. A idéia do serviço é proporcionar aos seus usuários a troca de conteúdo de qualquer natureza sem a barreira da língua. O português é o idioma dentro do Brasigo. A Webco reúne essas duas marcas e estuda outras possibilidades de negócios. "Somos o primeiro empreendimento brasileiro de web 2.0", afirma Lemos. Sua estratégia é bem segmentada. No primeiro momento, ele não pensa em enfrentar os dois extremos da Internet brasileira. Num dos cantos estão os grandes grupos de mídia nacionais que transferiram sua lógica de conteúdo de qualidade para dentro da rede. Essas marcas, como o UOL ou G1 das Organizações Globo, ainda não se transformaram em desenvolvedores de serviços de web 2.0. Quem cumpre este papel são as marcas mundiais desse mercado como Google e MSN, mas sem uma preocupação de criar cores locais para seus produtos. "É esse intervalo que vamos ocupar", afirma Lemos. Para evitar uma pressão comercial sobre o processo criativo do negócio, Lemos só está contratando, por enquanto, especialistas no desenvolvimento de novos produtos. Gente de vários pontos do País. Um dos últimos funcionários saiu de Manaus, no Amazonas, para se reunir ao grupo de 30 funcionários da WebCo. Até o final do ano serão 50 pessoas dedicadas exclusivamente ao BlogBlogs, Brasigo e os novos serviços ainda na prateleira.
23 de setembro de 2008
A lógica da WebCo
Postador Aloisio Sotero / Manoel Fernandes em 00:38
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