Diretor do Secundum Comunicação e Marketing, Jobson Lemos, é um dos mais antigos e relevantes associados do programa de afiliados do Mercado Livre, o maior serviço de leilões virtuais da América Latina. Para gerar mais visitas ao seu endereço e aos produtos em exibição, a empresa abriu os códigos do seu software para programadores de toda a região interessados em montar vitrines virtuais dos itens à venda no leilão em troca da remuneração por tráfego. É um grande negócio para a companhia e para os afiliados que podem ganhar comissões em dinheiro com um nível mínimo de conhecimento de programação. O problema desse modelo é a necessidade de indexar os códigos com bastante regularidade e dessa forma aparecer com mais freqüência nas buscas na internet. É um trabalho que exige tempo, paciência e bom conhecimento técnico. Até agora, o Mercado Livre não havia descoberto uma maneira eficaz de massificar essa sua estratégia. O Secundum parece ter resolvido o problema. Lemos entende como poucos a arte de colocar links nas páginas do seu site com os produtos anunciados no serviço de leilões. Ele passa mais de doze horas por dia analisando os códigos em busca de um refinamento. Diante desse conhecimento que já lhe rendeu bons dividendos nos últimos anos e noites de trabalho, Lemos construiu um novo modelo de negócio. Ele desenvolveu um script (um software que pode ser inserido em qualquer página na web) que permite ao dono do site e blog montar automaticamente uma vitrine virtual do Mercado Livre. A única exigência é ser cadastrado no serviço, o que é muito simples de acontecer. Mais de 200 blogs já aderiram à iniciativa do diretor do Secundum. Em alguns casos endereços de grande audiência. "A intenção é estruturar uma comunidade de negócios em torno de um bom modelo de afiliados", afirma Lemos, que ainda fornece atualização dos dados e códigos e assessoria tecnológica para a sua rede de parceiros. Quem utiliza o programa de computador nada paga e ainda ganha comissão do Mercado Livre em função do tráfego. Esse valor varia de R$ 500 a R$ 3.000 por mês com situações de até R$ 5.000 mensais. Da rede de associados, Lemos nada ganha. Quem paga a conta para ele é o Mercado Livre que fechou uma espécie de acordo operacional com o Secundum. Qualquer problema nessa rede é administrado por Lemos e mais empreendedores associados que se encarregam do suporte e manutenção do software. "É um ganha, ganha, ganha... entre todas as partes", afirma o executivo do Secundum. Um aspecto interessante dessa estratégia é que os donos de sites ou blogs podem construir uma modelo de receita recorrente complementar ao tradicional AdSense do Google, que usa os espaços nas páginas da internet para fazer publicidade on-line de sua rede de clientes. "Essa iniciativa do Secundum agrega valor aos nossos negócios", afirma Wagner Fontoura, diretor da CoWorkers, que administra duas comunidades de blogs com mais de 100 conteúdos diferentes. Para o Mercado Livre o negócio é extremamente atraente porque a comissão só é paga quando o tráfego chega ao seu endereço. No ano passado, o Mercado Livre, faturou US$ 85 milhões fazendo a intermediação de vendas e compras de seus 28 milhões de usuários na América Latina, cerca de 70% no Brasil. E o programa de afiliados contribuiu de maneira decisiva com este resultado. "Nesse negócio ninguém perde", afirma Jobson Lemos, que nem lembra mais do tempo que passava madrugadas nas redações de jornais e revistas onde trabalhou escrevendo reportagens para os seus leitores. O mundo da internet é mais divertido e no seu caso bem mais lucrativo.
12 de setembro de 2008
Todos ganham
Postador Aloisio Sotero / Manoel Fernandes em 18:50
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