PhD em Economia pela Universidade de Manchester na Ingletarra e dono de um mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o professor José Carlos Cavalcanti (jcc@creativante.com.br) tem outras virtudes. Uma delas é sua aptidão por tecnologia. Ele passou os últimos anos tentando entender o impacto do softwares e hardwares no processo econômico. Estudou, comparou, debateu com os seus pares da economia e terminou se transformando naquilo que pode ser chamado num economista 2.0. Agora, Cavalcanti, que se divide entre as aulas na Universidade Federal de Pernambuco e a sua consultoria empresarial, está na fase final de um novo empreendimento. "Chegou o momento de conversar com as pessoas físicas e jurídicas sobre o impacto da economia nas suas vidas e negócios", afirma. Cavalcanti vai lançar até o final do ano o primeiro serviço de aconselhamento econômico com uso intensivo de mídia social. Ele usará os recursos disponíveis das novas tecnologias para massificar a interpretação de fatos que hoje estão restritos ao noticiário dos grandes veículos de comunicação. O projeto ainda não foi batizado, mas ganhou da equipe envolvida o codinome de Alô Economista. A idéia inicial é ampliar o blog do próprio Cavalcanti e acrescentar vídeos no Youtube, uma comunidade no Orkut, um grupo de discussão e até um perfil no Facebook. Em todos esses canais os conceitos do Alô Economista estarão à disposição dos seus leitores. Essa será a versão aberta do projeto. A estratégia de Cavalcanti é oferecer um serviço de baixo custo para pequenas e médias empresas interessadas em entender como as mudanças da economia afetam os seus negócios. "É possível imaginar a confusão provocada nas empresas de pequeno porte quando o governo diz que voltará a elevar a taxa de juros", diz o professor. Os clientes do serviço pago receberão semanalmente um boletim de análise de conjuntura do Brasil e do mundo. Cavalcanti ainda está estruturando o seu modelo de negócio, mas uma possibilidade é seguir a lógica do editor da revista Wired, Cris Anderson, que defende a tese de produtos gratuitos. O jornalista, criador do conceito de Long Tail, acredita que os consumidores não estão dispostos a pagar por informação ou conteúdo, mas há empresas interessadas em financiar essa operação. "Estou conversando com algumas instituições financeiras interessadas no envio de análises de qualidade para os seus clientes", afirma Cavalcanti. Outra opção seria apostar na publicidade on-line que só cresce a cada dia no Brasil e no mundo. Como as análises do PhD em Economia e da sua equipe serão empacotadas em diversos formatos, Cavalcanti acredita que não faltarão oportunidades dos anunciantes associarem suas marcas às informações de interesse do grande público. A idéia de criar esse tipo de consultoria massificada começou a ser formulada anos atrás quando o economista descobriu o ambiente da internet e a possibilidade quase infinita de oportunidades. No início, ele pensou em lançar um site, mas a chegada dos recursos de mídia social entregaram em suas mãos a plataforma mais viável e rentável do ponto de vista econômico. Nada será criado. O conteúdo trafegará pelos canais existentes. O Alô Economista está longe de ser uma novidade na internet, mas a idéia do projeto não é enfrentá-los. Pelo contrário, o objetivo do economista e sua turma é conectar o seu produto a tudo que seja parecido no mundo da mídia social. A segunda fase do projeto é mais ambiciosa. Cavalcanti pretende montar em Recife um call center especializado em aconselhamento econômico. Mais uma vez a idéia é poupar o usuário de qualquer desembolso na hora de buscar respostas para as suas dúvidas. A conta será paga por anunciantes que comprarão créditos e repassarão aos seus clientes. Os atendentes poderão ser estudantes universitários de Economia ou mesmo de Administração de Empresas que ajudarão pessoas de todo o Brasil a entender um pouco mais dos efeitos da economia em suas vidas. Essa central de esclarecimento de dúvidas estará ligada umbilicalmente ao projeto na internet. Por isso, ela será o segundo movimento do projeto do professor da UFPE. "Precisamos antes montar um grande banco de dados das dúvidas mais comuns de que nos acessa pela internet", afirma Cavalcanti.
14 de abril de 2008
O seu economista
Postador Aloisio Sotero / Manoel Fernandes em 22:47
Palavras-Chave Jornalismo de Indexacao
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário