O professor Jeffrey Cole é simples e direto quando o deixam falar sobre o projeto que comanda há seis anos no Centro para o Futuro Digital da University Southern California, nos Estados Unidos. Ele não poupa suas platéias e quando nelas estão publicitários as suas análises causam maior impacto. Cole está no Brasil para participar do Creative Social Meeting, que tem o apoio do MSN Brasil. O encontro serve em parte para os publicitários entenderem melhor o que vai acontecer com o seu negócio nos próximos anos. Hoje à tarde, no prédio da Microsoft, na zona sul de São Paulo, Cole revelou alguns dados da pesquisa que faz em 2.000 residências de 27 países sobre o impacto dos computadores e da internet na vida das pessoas comuns. Ao mostrar gráficos, estatísticas e como o novo consumidor está se comportando dentro do atual modelo publicitário, Cole colocou novas cores nesse mercado. “Efetivamente a internet alterou as estruturas de poder em todo o planeta”, afirmou o professor. Na condição de coordenador do Longitudinal International Study of the Individual and Social Effects of PC/Internet Technology, o pesquisador americano tem autoridade suficiente para dizer algumas verdades. “Haverá uma desconcentração nas áreas de rádios, jornais e revistas com o surgimento de negócios de menor porte e mais pulverizados”, explicou Cole. No caso da televisão, ele tem outra visão e disse que o veículo chegará a lugares que até hoje não conseguiu, como a telefonia celular. Gostando ou não, a platéia de convidados prestou muita atenção nas análises que apontam por um novo modelo de propaganda no futuro breve. O convidado ilustre falou por quase uma hora e logo em seguida começaram os debates Duas visões se destacaram nesse momento. A primeira partiu do presidente da AgênciaClick na América Latina, Pedro Cabral. “Como vamos chegar com as marcas dos nossos clientes para 140 milhões de brasileiros que são ignorados pela publicidade?”, questionou o executivo. Cabral disse que as agências estão acostumadas ao discurso de massa e esquecem a existência de grandes revoluções em andamento no País, como a telefonia celular que ele considera um dos maiores instrumentos de inclusão digital das últimas décadas. “Conectividade é um fator de distribuição de renda e precisamos olhar para esse ponto.” Outra análise interessante partiu do presidente da agência Mattos Grey, Silvio Matos, que criticou seus colegas de mercado que não apostam em novas mídias porque não querem sair da zona de conforto que criaram em torno do seu negócio. “Até hoje as agências se preocuparam em resolver seus problemas. Chegou a hora de pensar nos clientes.”
30 de novembro de 2007
As novas cores da publicidade
Postador Aloisio Sotero / Manoel Fernandes em 07:15
Palavras-Chave Conteúdos Gerados pelos Consumidores, Jornalismo de Indexacao, Netnografia
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